segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

REVOLUÇÃO CUBANA




                                                        REVOLUÇÃO CUBANA

       A Revolução Cubana se destaca como a primeira civilização da América a se tornar socialista, fato que desencadeou grandes revoltas como a de Nicarágua. O mundo sediava o auge da Guerra Fria, imaginemos agora a tensão criada por esse levante, à menos de 200 km de distancia da grande potência capitalista que por sua vez influenciava não só a ilha, mas grande parte do globo.
      Primeiro precisamos entender como se deu a proximidade entre Cuba e os EUA para que possamos compreender a Revolução de maneira mais ampla. A política mundial estava seguindo um projeto de expansão ditado pelas grandes potências. Na América Latina o objetivo era de unidade e apoio dos países vizinhos por parte norte americana. O que sabemos é que houve apoio americano decisivo para a independência cubana que ocorreu em 1898. Porém o que sabemos também é que o modelo de governo adotado pelos americanos do norte é carregado de desejos de dominação e controle econômico/social.
      A chamada "emenda Platt" que foi implementada na Constituição cubana pelo senado norte-americano em 1902 no governo de Roosevelt, dava aos EUA o direito de intervir nas decisões políticas da ilha. Algo que foi legitimado justamente pelo apoio dado no processo de independência da Espanha. A promessa até então era de proteção. Porém, a soberania nacional estava "cash" com a "Big Stick", a chamada política do porrete, que pregava que devia-se falar "macio" com os vizinhos porém, tendo sempre à mão um porrete, teoria difundida pelo próprio chefe de estado americano. Não só isso, mas também a criação da base militar de Guantánamo, a intensa participação na economia e toda exploração da produção agrícola acaba gerando um sentimento antiamericano e nacionalista muito forte nos cubanos.
      No aspecto político cubano a dominação ia bem mais além. O governo americano financiava candidatos que se alinhassem à seus interesses, o que criou um sentimento geral de descontentamento no país que havia se aliado ao vizinho justamente para se livrar da colonização hispânica, acabou mergulhado em uma dominação agora capitalista. Nesse contexto surge dois personagens que dão voz às insatisfações cubanas, Raul e Fidel Castro, que tentam tomar de assalto armas de um quartel militar, tentativa sem sucesso que culminou no exílio dos dois líderes. Exilados no México eles conhecem Chê Guevara e junto dele voltam à Cuba em 1956 acompanhados de cerca de 80 guerrilheiros para articular uma revolução contra o governo de Fulgêncio Batista apoiado pelos vizinhos do norte.
     As tropas do então presidente são vencidas pela guerrilha cubana liderada por Fidel Castro em 1959 em Sierra Maestra. Porém a tomada do poder não se deu maneira definitiva, dois anos depois da vitória, o governo de Fidel sofre a tentativa de um contragolpe por parte de militares que se alinhavam com a política de Batista, porém, eles não obtêm sucesso e isso fortalece ainda mais a revolução em vigor. Em 1962 Cuba é excluída da OEA Organização Econômica da América em resposta às mudanças feitas nas diretrizes do país. Posteriormente a URSS se alia ao governo cubano. Algo bastante discutido e lembrado do contexto da Guerra Fria assim como a crise dos mísseis, colocados pela união Soviética em Cuba. Em meio a forte tensão e ameaça, os soviéticos recuam, mas o apadrinhamento persiste até 1991 quando a URSS entra em forte colapso refletindo fortemente na economia cubana que se fechou ainda mais para a economia internacional e teve em seu regime ditatorial ainda mais um caráter agressivo. O governo só passou a negociar novamente com os EUA mesmo que de forma parcial, depois da morte de Fidel, já nas mãos de Raul que coincidiu com o mandato de Barack Obama que caracterizava um governo mais aberto ao diálogo se comparado aos anteriores e ao atual de Donald Trump.



REFERÊNCIAS:

SADER, Emir. A revolução cubana. Editorial Brasil Urgente, 1992.

AYERBE, Luís Fernando. A revolução cubana. Unesp, 2004.

NOGUEIRA, João Vitor Correa et al. O papel da Revolução Cubana nas revoluções terceiro-mundistas durante a Guerra Fria: o internacionalismo cubano em Angola e na Nicarágua. Revista Perspectiva: reflexões sobre a temática internacional, v. 10, n. 18.


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